Quem foram os aristocratas

Nos séculos 18 e 19 o charque originou fortunas às margens do arroio Pelotas. Essa riqueza fez surgir uma nobreza criada em meio à carne e ao sal. Para justificar seus títulos, os barões das charqueadas ergueram casarões e palacetes que alteraram a paisagem do município e, hoje, há mais de um século, se transformaram em um patrimônio precioso, capaz de atrair investimentos e turistas. A presença dos nobres do charque é mais viva do que se pensa na Pelotas do século 21.
       Quem foram estes aristocratas?

Domingos de Castro Antiqueira, Barão de Jaguari, Visconde de Jaguari
       Charqueador, foi o primeiro a receber um título nobiliário na cidade, em 1829, depois de financiar campanhas militares do Império. Sua casa ainda existe na esquina das ruas Félix da Cunha e Sete de Setembro, onde funciona o Conservatório de Música da UFPel e SANEP.

João Francisco Vieira Braga, Barão de Piratini
       Charqueador, recebeu o título por financiar campanhas militares imperiais. Não há registros de sua residência urbana.

João Simões Lopes, Barão da Graça, Visconde da Graça
       Charqueador, foi titulado por seu apoio político ao império na Revolução Farroupilha. Em 1876 foi "promovido" a visconde. Foi um dos poucos barões que estudou e se formou em Humanidades no Rio de Janeiro. Sua casa era onde hoje funciona a Casa da Criança São Francisco de Paula.

José Antônio Moreira, Barão de Butuí
       Charqueador, foi um dos homens mais ricos de Pelotas. Recebeu o título por sua benemerência social. Foi provedor da Santa Casa. Morava na Casa 2 de esquina da praça Coronel Pedro Osório, onde se encontra a Félix da Cunha e a Lobo da Costa.

Francisco Antunes Maciel, Barão de Cacequi
       Charqueador, recebeu o título por "serviços prestados à Nação". Foi deputado, ministro e conselheiro do Império. Era irmão do Barão de São Luís e genro do Barão de Butuí. Morava na casa 8 da praça Coronel Pedro Osório.

Francisco Gomes da Costa, Barão de Arroio Grande
       Charqueador, ganhou o título ao libertar seus escravos quatro anos antes da assinatura da lei Áurea. Foi deputado provincial. Sua casa ficava na esquina das ruas Andrade Neves e Dom Pedro II e já foi demolida.

Felisberto Inácio da Cunha, Barão de Corrientes
       Charqueador, recebeu o título pela libertação antecipada dos escravos. Não há registros de sua residência urbana.

Leopoldo Antunes Maciel, Barão de São Luís
       Charqueador, recebeu o título por conceder alforria antecipada aos seus escravos. Era irmão do Barão de Cacequi. Sua casa era a Casa 6 da praça Coronel Pedro Osório.

Aníbal Antunes Maciel, Barão dos Três Cerros
       Charqueador, primo dos barões de Cacequi e São Luís. O, hoje, Parque e Museu da Baronesa era sua chácara.

Antônio Azevedo Machado, Barão Azevedo Machado
       Charqueador. Sua casa era localizada na esquina das ruas Gonçalves Chaves e Sete de Setembro e se estendia até a atual rua Almirante Barroso. Era a única residência em estilo colonial.

Joaquim da Silva Tavares, Barão de Santa Tecla
       Charqueador, ganhou o título ao apoiar financeiramente a Guerra do Paraguai. Sua casa, hoje demolida, ficava na esquina das ruas 15 de Novembro e Doutor Cassiano, onde hoje é um estacionamento.

Joaquim José de Assumpção, Barão do Jarau
       Charqueador, foi provedor da Santa Casa. A casa de sua esposa na esquina das ruas 15 de Novembro e General Telles ainda existe.

Miguel Rodrigues Barcellos, Barão do Itapitocaí
       Médico, ganhou o título por seu altruísmo para com os carentes e chegou a ser conhecido como o "pai dos pobres". Morava na rua Miguel Barcellos, onde hoje funciona a Escola Estadual Monsenhor Queiroz.

Manuel Alves da Conceição, Barão da Conceição
       Comerciante, empresário e banqueiro, nascido em Portugal, era o único não-brasileiro entre os nobres pelotenses. Sua casa era o prédio de quatro andares na esquina das ruas 15 de Novembro e Voluntários da Pátria.

José Júlio de Albuquerque Barros, Barão de Sobral
       O barão do qual existem menos informações. Sabe-se apenas que não vivia da indústria saladeiril. Não há registros de sua residência urbana.

       Para conhecer as residências dos barões, clique no menu em Patrimônio Cultural.

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